Basta estar vivo
A vida pode parecer fácil e até divertida, mas para algumas pessoas ela tem data de validade.
Portadores de doenças que vêem no transplante o seu único e derradeiro remédio levam uma vida no mínimo complicada.
Quem se encontra na fila do transplante, não escolheu estar ali.
Hoje em dia nós Brasileiros contamos com um Programa Público de Transplantes de Órgãos e Tecidos, muito bem sedimentados.
Segundo dados do Ministério da Saúde, contamos com mais de 500 estabelecimentos de saúde e mais de 1300 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes, organizadas em Centrais Estaduais de Transplantes.
Mas com toda esta estrutura, porque ainda há tanta gente na fila esperando por um órgão?
A resposta é muito simples, matemática, existe uma carência de doadores.
Basicamente existem duas modalidades de transplante, o de doador vivo e o com doador cadáver.
A doação de órgão em vida é grande privilégio, um ato de amor.
Podemos doar vários tipos de órgão, sem prejuízo para nossas vidas, tais como os rins, pâncreas, medula óssea e fígado.
A outra possibilidade é o transplante de doador cadáver.
Não é nada fácil, lidar com uma situação desta. A perda de um ente querido, nos deixa atordoados, e nem sempre conseguimos pensar na dor dos outros, a nossa já nos sufoca.
É sabido que a família que faz a escolha pela doação vive um sentimento que por vezes não apaga, mas traz um alento, neste momento de infinita tristeza, simplesmente por ter tomado a atitude correta. Para ser um doador, não é necessário fazer nenhum documento por escrito. Basta que a sua família esteja ciente da sua vontade. Assim, quando for constatada a morte encefálica do paciente, uma ou mais partes do corpo que estiverem em condições de serem aproveitadas poderão ajudar a salvar as vidas de outras pessoas.
Quando temos saúde, vivemos um sentimento de invencibilidade, somos super homens, mas às vezes a vida nos faz acordar e nos mostra o quanto somos finitos.
Basta estar vivo.
Um abraço
Dr. Paulo Malanga
paulomalanga@hotmail.com
